Médico esquece faca no peito do paciente
Jovem de Araxá (MG) diz que sente o
objeto mexer quando está caminhando
Reprodução
"Lâmina chega a passar entre os ossos da costela"
A Secretaria Municipal de Saúde de Araxá (MG)
investiga os motivos que levaram um médico a
deixar uma faca dentro do peito do paciente.
Claudinei Geraldo da Silva, de 25 anos,
diz que quando está caminhando chega a
sentir o objeto, detectado em raio X, se
movendo. Ele foi esfaqueado no final de
novembro durante uma tentativa de assalto,
ocasião em que foi medicado em uma
unidade do PAM (Pronto Atendimento Municipal).
Silva conta que estava na avenida Washington
Barcelos quando uma quadrilha o rendeu e
tentou levar sua caminhonete. Ele reagiu e
foi atingido com uma facada nas costas.
Socorrido até o PAM, o médico não teria
solicitado nenhum exame, apenas
providenciado alguns pontos no corte e
depois liberado o paciente.
Com dores, Silva alega ter voltado várias
vezes ao Pronto Atendimento Municipal,
mas sempre ouvia que isso era normal e
recebido apenas a prescrição de analgésicos.
O rapaz afirma que foi somente neste mês que
conseguiu encaminhamento para uma
ultrassonografia que constatou a presença da
faca com 11 centímetros de lâmina no seu peito.
A partir daí ele passou a lutar para conseguir
autorização para fazer a cirurgia de retirada do
objeto. Ele teme que a faca esteja se
mexendo e possa até levá-lo à morte.
"Quando mexo o braço esquerdo sinto
uma ferroada muito forte", afirmou o
paciente que deixou de trabalhar como
pedreiro por conta das dores. A cirurgia ainda
nem teria sido marcada e talvez tenha de ser
realizada em outra cidade devido a sua
complexidade. No raio X é possível ver que a
lâmina da faca chega a passar entre os
ossos da costela.
A Agência Estado tentou falar com o secretário
de Saúde de Araxá (MG), Luis Fernando Alves
de Castro, mas ele não foi localizado nesta
terça-feira (19). Mas na secretaria foi informado
que o paciente será mesmo encaminhado para
realizar a operação de retirada da lâmina,
ainda sem data definida. Também foi
aberto um processo interno para apurar
responsabilidades no caso. O médico que
fez o atendimento e que não teve o nome
revelado seria ouvido na tarde desta terça (19).
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